Os índios da etnia Kaiapó receberam hoje (18) da organização não
governamental francesa Planète Amazone documento com cerca de 350 mil
assinaturas contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que
será instalada no Rio Xingu.
As assinaturas foram coletadas na Europa, pela internet – a maior
parte delas na França e na Bélgica, segundo os organizadores. O
documento foi lançado no ano passado e permanece no site www.raoni.com.
De acordo com o representante da Coordenação das Organizações
Indígenas da Amazônia (Coiab), Marcos Apurinã, que recebeu o documento
com as assinaturas, o protesto dos europeus se somará ao dos
brasileiros.
"Vamos levar tudo para a presidenta Dilma [Rousseff] em breve",
declarou. “É especialmente para ela. Para dizer que os índios
brasileiros não estão sozinhos”, afirmou durante a Cúpula dos Povos,
evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento
Sustentável (Rio+20).
“Ela precisa saber que está assinando documentos para a ONU
[Organização das Nações Unidas] dizendo que os povos indígenas estão
bem, mas não estamos bem. Pelo contrário”, completou em referência ao
impacto da obras. Segundo Apurinã, a barragem vai afetar “completamente o
modo vida” dos índios.
O representante da ONG francesa, Ildo Tikuna, explicou que a petição
foi um pedido expresso do cacique Raoni Kaiapó para divulgar os
problemas na Amazônia. “O impacto da barragem é de nível mundial em
termos de desmatamento e emissão de gases de efeito estufa”, afirmou.
A entidade também acredita que pode reforçar a mobilização para que a
obra seja reavaliada pelo Brasil. “Como o governo federal não está
ouvindo nenhuma das etnias, o objetivo da petição é fazer barulho para
que os povos sejam atendidos e divulgar isso [a construção de Belo
Monte] lá fora”. Fonte: Agência Brasil
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