A juventude é vista, muitas vezes, como problema e solução
para o país. Do mesmo modo que ouvimos expressões como "juventude
perdida", "juventude viciada, violenta", escutamos frases
célebres como "os jovens são o futuro do Brasil". Para entender a juventude é preciso conhecer as transformações que esse momento
significa na vida de cada jovem, os sonhos, desafios, dificuldades... Daí, o
grande número de estudos, discussões, projetos e debates que são realizados
sobre a juventude no Brasil e no mundo. Só para termos ideia da situação atual da juventude no Brasil, relaciono alguns
dados colhidos em diversas pesquisas e reportagens:- de cada 2
desempregados no país, 1 é jovem. E mesmo entre os jovens que trabalham, só 35%
tem carteira assinada, a grande maioria está na informalidade; - os jovens são
os que mais matam e, ao mesmo tempo, os que mais morrem em acidentes de
trânsito;- os homicídios já são a principal causa de morte dos jovens - a cada
duas mortes de jovens entre 15 e 24 anos, uma foi por homicídio;- os jovens
entre 18 e 24 anos representam 2/3 da população carcerária no país;- estima-se
que cerca de 9 milhões de jovens, entre 15 e 29 anos vivam na indigência, com
renda per capita de até US$ 30 dólares mensais;- 22% das jovens entre 15 e 19
anos, já são mães, a grande maioria delas, solteiras;- mais de 1 milhão de
jovens não estudam nem trabalham, vivendo integralmente o chamado "ócio
juvenil";- ainda há 1 milhão de jovens analfabetos- metade deles mora em
áreas rurais;- a necessidade de trabalhar para complementar a renda da família
ainda é o maior motivo para os jovens abandonarem a escola;- de cada 15 jovens
brasileiros, apenas 5 conseguem chegar ao ensino médio e só 1 ao ensino
superior;- 87% dos jovens nunca foram ao teatro ou a museus;- 60% nunca frequentaram
cinemas ou bibliotecas;- 59% não vão a estádios nem a ginásios
esportivos. Diante desse
quadro alarmante, é que os movimentos organizados de juventude, ao lado de
entidades representativas e instituições acadêmicas, têm reivindicado a
inclusão das políticas públicas de juventude na pauta da agenda governamental
nos planos nacional, estaduais e
municipais. O
Governo Federal reconhecendo a importância de um espaço para a elaboração e
execução de políticas para a juventude, criou a Secretaria Nacional de
Juventude e o Conselho Nacional de Juventude, que coordenam e/ou acompanham
projetos bem-sucedidos como o Pró-Jovem, ProUni, Agente Jovem, Primeiro
Emprego, Escola de Fábrica, Juventude e Meio Ambiente, Pornaf Jovem, Nossa
Primeira Terra. Esse
esforço governamental aponta uma nova direção e um novo desafio para a
juventude, que é a organização e a participação política dos jovens. Não basta
ficar esperando que a sociedade preocupe-se, da noite para o dia, com os
anseios e demandas juvenis. É importante que os próprios jovens comecem, desde
a escola, a interessar-se pela política e atuem diretamente, cobrando
responsabilidades de governantes, propondo ações e participando de fóruns,
conselhos e eleições.Se analisarmos a história do País, veremos que
praticamente todas as importante mudanças e conquistas da nação brasileira,
contaram com a participação ativa da
juventude. A primeira
manifestação estudantil ocorreu, por exemplo, em meados do séc. XVII, ainda na
época do Brasil Colônia, quando algumas centenas de estudantes, armados de
punhais e poucas armas de fogo, impediram a invasão francesa à cidade do Rio de
Janeiro. Depois disso, houve uma grande e importante participação jovem na
Inconfidência Mineira. Um pouco mais tarde, movimentos assinados por jovens
recém-chegados da Europa, influenciaram positivamente na abolição da
escravatura e na Proclamação da República. Na década de 60, entidades
estudantis e juvenis estiveram à frente da campanha "Petróleo é
Nosso" e contra a ditadura militar que interrompeu nossa democracia,
nossos direitos civis, e também a vida de lideranças políticas jovens, como
Edson Luís, Honestino Guimarães e Alexandre Vanucchi, que foram mortos nos
porões da ditadura. Recentemente saímos às ruas à busca do direito ao voto para Presidente da
República, na campanha das Diretas-Já. Em 1992, voltamos às ruas e pintamos os
rostos pelo "impeachment" de Collor no movimento dos
"Caras-Pintadas" que foram fundamentais para o resgate da soberania e
da democracia do nosso povo. Nos dias atuais notamos uma revolução da juventude
pelas redes sociais, que marcam protestos conta a corrupção, a favor do meio
ambiente e a proteção dos animais, ações estas que vem resgatar o “elo perdido
ao longo do tempos entre a política e a juventude”. Atualmente, a juventude é a faixa etária com
maior número de brasileiros e precisa estar presente em todas as instâncias de
necessidades da vida do povo para enfrentar os desafios sociais existentes e
ter condições de criar bases para o desenvolvimento do país. Por isso, é
fundamental que os jovens se organizem, participem diretamente da política e
pratiquem a democracia participativa. Dados
coletados em diversas fontes, em especial, Projeto Juventude e Folha de São
Paulo ( Fragmentos do texto retirados do site jornaldedebates)
THIAGO
IANI
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