Com um surto epidêmico de dengue, o município de Barretos, a 440
quilômetros da capital, confirmou, até a última segunda-feira (4), 1.995
casos de dengue entre 3.272 pessoas que apresentavam os sintomas da
doença. Dos casos suspeitos, 159 já foram descartados. Só nos dois
primeiros meses do ano, a incidência já é quatro vezes maior que a de
todo o ano passado, quando 425 pessoas receberam o diagnóstico de dengue
em 800 avaliações.
De acordo com a Secretaria de Saúde de São Paulo, em todo o estado,
só foram fechados os dados relativos ao mês de janeiro, quando ocorreram
2.151 casos. Na comparação com janeiro do ano passado (1.126), o número
de casos novos quase dobrou. O aumento ocorre depois de São Paulo ter
tido, ao longo de 2012, queda de 70% na incidência da doença.
Dados do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo
indicam que Barretos lidera as estatísticas, com 395 doentes no mapa
fechado até 5 de fevereiro – três contraíram a doença em outros
municípios. Em seguida, aparecem os municípios de São José dos Campos,
com 186 casos, e Bauru, com 168.
A prefeitura de Barretos informou que o clima da região, com calor e muita umidade, favorece a proliferação do Aedes aegypti,
mosquito transmissor da dengue, exigindo reforço nos trabalhos de
combate ao vetor. Entre as medidas, estão a nebulização nos bairros,
arrastões com visitas às casas para checar eventuais criadouros e dar
orientações sobre como evitar que o mosquito se espalhe, limpeza de
praças e terrenos públicos e privados. Nos terrenos privados, a limpeza é
feita só quando os proprietários não a fazem, mas a prefeitura cobra
deles as despesas. Além disso, caminhões têm recolhido entulho das
casas.
A prefeitura ressalta, porém, que o grande número de residências
encontradas fechadas obriga os agentes a retornar aos mesmos locais por
até cinco vezes. Em alguns casos, os moradores recusam-se a abrir as
portas para os agentes.
Mesmo com uma campanha de alerta sobre a epidemia no ar, com
distribuição de panfletos, uso de carros de som e transmissões em rádio e
televisão, houve casos em que foi necessário conseguir mandado judicial
para a visita domiciliar. Em quatro casos, as visitas ocorreram por
força de liminar ganha na Justiça.
No Pronto Socorro da Santa Casa de Barretos, dois médicos foram
destacados para o atendimento especial nos casos de suspeita de dengue.
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, o governo paulista gasta em
torno de R$ 40 milhões por ano no auxílio aos municípios para o combate
à dengue.
Fonte: Agência Brasil
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