quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Bolsa Família ajuda a educação, mas carece de eficiência

Economista americano diz que programas de transferência de renda têm dado frutos no Brasil, mas não conseguem evitar o desperdício

Receita de secesso: atenção aos alunos com defasagem e olho nos professores (Anderson Schneider)

Há 25 anos, o economista americano Paul Glewwe, da Universidade de Minnesota, se debruça sobre políticas públicas de educação em países em desenvolvimento da América Latina, Ásia e África. O Brasil ganhou espaço na sua agenda. No início deste ano, em parceria com a professora Ana Kassouf, da Universidade de São Paulo (USP), Glewwe encerrou um estudo sobre o impacto na educação, entre 1998 e 2005, de programas de transferência de renda como o Bolsa Escola, lançado em 2001, e o Bolsa Família, de 2003, que incorporou o primeiro. Os resultados aferidos são positivos, diz o pesquisador: aumentaram a frequência e a aprovação dos estudantes, ao mesmo tempo em que diminuiu a evasão. "Os números são estatisticamente significativos", diz Glewee. O especialista faz uma advertência, porém: ainda é preciso analisar o custo-benefício de tais programas. Ou seja, apesar dos frutos, resta saber se os resultados correspondem ao investimento feito e se não há forma mais barata de alcancá-los. Não é uma discussão ociosa: afinal, só em 2011, o Bolsa Família consumiu 16,6 bilhões de reais, segundo dados oficiais, ajudando cerca de 13 milhões de famílias. "A questão primordial agora é analisar como seria possível modificar o programa para torná-lo mais eficiente a um custo menor", diz Glewwe. Ele dá um exemplo de como fazê-lo: "É preciso pensar em evitar o desperdício de verba com crianças que estariam na escola mesmo sem esse dinheiro." O americano esteve nesta segunda-feira em São Paulo, onde participou de um seminário promovido pela Fundação Itaú Social que discutiu a importância dos economistas na avaliação de projetos e políticas públicas. Fonte: Veja

 

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