A hipertensão atinge 22,7% dos brasileiros adultos, segundo dados da
pesquisa Vigitel do Ministério da Saúde, divulgados hoje (26), Dia
Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial. Quase 60% da
população com mais de 65 anos têm a doença, que é considerada crônica.
A prevalência da hipertensão cresce à medida que a população envelhece.
Na faixa etária de 18 a 24 anos, apenas 5,4% são diagnosticados com a
doença. A partir dos 65 anos, o percentual salta para 59,7%. A doença é
mais comum entre as mulheres (25,4%) que entre os homens (19,5%).
Em 2010, a mesma pesquisa apontou que 23,3% da população adulta vivem
com pressão alta. Apesar da leve queda na comparação com os dados do ano
passado, o ministério considera a taxa estável.
No Distrito Federal, estima-se que haja 400 mil hipertensos. Os
cardiologistas alertam para a necessidade de previnir a doença, que
avança silenciosamente, sem dar sinais. A hipertensão caracteriza-se
pela pressão arterial igual ou superior a 14 por 9.
O coordenador do Programa de Hipertensão do Distrito Federal,
cardiologista Lucimir Henrique, lembra que a população pode, e deve,
aferir a pressão regularmente e ter acesso aos primeiros tratamentos nos
postos de saúde. “Grande parte da população descobre que tem a doença
por acaso, quando vai ao médico. É um erro comum acreditar que, para
tratar a doença, você precisa ir ao especialista [em cardiologia]. Não é
assim. Quem afere a pressão é a equipe de saúde: o médico, o enfermeiro
que é treinado para isso. Nós temos um protocolo em consulta pública
para que o enfermeiro conduza as orientações iniciais”, disse o
cardiologista à Agência Brasil.
O médico chama a atenção para os fatores que contribuem para o aumento
da pressão arterial. “Os mais comuns são os genéticos e o
comportamental: se você costuma exagerar no sal em sua alimentação e é
sedentário, as chances de desenvolver um quadro de hipertensão aumentam,
além de fatores como o tabagismo, o alcoolismo e o estresse”.
Hipertenso, o aposentado Davi Pinto, 75 anos, reclama do atendimento
médico dado aos hipertensos na rede pública de saúde. “O governo não dá
nenhum suporte para a gente. Mal oferece os medicamentos, que sempre
faltam no posto de saúde. No posto que eu vou, há mais de três meses
está faltando um remédio que eu tomo para a pressão”.
Para o administrador de empresas Jermerson Serrão, de 46 anos, aos
poucos, a população está começando a ter hábitos mais saudáveis. “As
pessoas estão prestando mais atenção à saúde. Estão comendo coisas mais
saudáveis, indo para as academias e pensando mais no amanhã. Se cuidar
direitinho hoje da saúde, garante uma velhice com menos visitas aos
hospitais. Eu não tenho tempo para malhar, mas faço caminhada sempre que
posso”.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) coordena uma campanha de
conscientização em todo o país para reduzir o consumo de sal, açúcar,
frituras, temperos prontos, derivados de leite integral, carnes
gordurosas e alimentos industrializados, que contribuem para agravar a
hipertensão. Fonte: Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário