Concorrentes teriam flagrado uso de Internet, cola e até troca de provas; tudo foi fotografado por candidatos
Fonte: Todo dia
Imagem: Todo dia Imagem
O MPE (Ministério Público Estadual) em Paulínia instaurou ontem inquérito para investigar supostas fraudes no concurso público para o cargo de agente de saúde, nas provas realizadas no dia 20 de março, no Ginásio de Esportes Vicenti Amatti, no Centro da cidade. Dois candidatos fizeram denúncias de que outros concorrentes usaram telefones celulares, Internet, colaram e trocaram informações com outras pessoas durante o período das provas.
De acordo com o promotor responsável pelo caso, Danilo Roberto Mendes, o inquérito foi aberto porque existem elementos suficientes para investigar o concurso. “No momento posso dizer que temos motivos suficientes para apurar supostas irregularidades que podem ter ocorrido. No entanto, faltam provas para pedir a anulação do concurso”, disse.
Mendes explicou que após as investigações, caso o concurso seja anulado, se porventura algum aprovado for chamado para trabalhar, o novo funcionário terá de ser desligado do cargo.
Ele informou que durante as investigações irá ouvir a empresa responsável pelo concurso, a RBO Concursos, e representantes da prefeitura com a finalidade de descobrir se alguma medida foi tomada sobre as denúncias encaminhadas ao MP ou se existe algum procedimento interno que apura o caso e quais encaminhamentos estão sendo dados sobre o assunto.
Além disso, Mendes quer saber quais eram as condições de segurança para coibir fraudes nos locais em que foram realizadas as provas e sobre as estruturas oferecidas para a realização do concurso.
O promotor disse que tem até 180 dias, que podem ser prorrogados, para concluir as investigações. Depois desse período, ele poderá pedir a suspensão do concurso ou encerrar as investigações.
“A investigação será realizada com cautela para não prejudicar quem estudou e conseguiu passar no concurso. Em tese, existe a possibilidade de pedir a anulação, assim como existe a possibilidade de encerrar o caso”, explicou o promotor do caso.
FOTOS E VÍDEO
O promotor informou ainda que vai investigar para saber em qual contexto e situação as fotos que mostram dois candidatos trocando de provas foram registradas. “Temos que analisar todo o material de forma completa, como tudo de fato aconteceu”, afirmou O auxiliar administrativo Roberto Rodrigues Luz, 21, defende que as provas sejam canceladas com base nas fotos registradas por ele. “Fiquei revoltado, estudei e quando fui fazer a prova vi aquele absurdo. As fotos mostram claramente que o local não era apropriado e por isso aconteceu tudo aquilo”, afirmou. Para Rodrigues, o fato de as provas serem realizadas nas arquibancadas foi o que possibilitou a ocorrência das supostas fraudes. No total, foram entregues 35 fotos e um vídeo ao MP sobre as supostas fraudes para o cargo de agente de saúde. A prefeitura informou que só depois da notificação do MPE devereá se posicionar sobre o inquérito. A RBO também foi procurada por e-mail e por telefone, mas não retornou aos contatos.
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