quarta-feira, 7 de março de 2012

Sem direito à tribuna livre, docentes protestam em Santa Bárbara d'Oeste

Fonte: G1 Piracicaba e Região

Professores compareceram à sessão com cartazes que pediam respeito.
Eles querem fazer reivindicações por melhores condições de trabalho.

Professores protestam por não conseguirem usar
tribuna na Câmara (Foto: Cláudio Mariano/sbonews)
Cerca de 50 professores da rede municipal de ensino de Santa Bárbara d’Oeste, no interior de São Paulo, reclamam que o presidente da Casa, o vereador Erb Oliveria Martins, conhecido como Uruguaio (PPS), os impediu de usar a tribuna livre durante a sessão desta terça-feira (6), para ceder o lugar à Guarda Municipal. Eles fizeram um protesto com cartazes e frases cobrando respeito do Legislativo.
“Foi um dia pra ser esquecido pelo regime democrático. O Uruguaio prometeu, no dia 29 de fevereiro, que nos deixaria usar a tribuna nesta terça-feira, mas na hora ele disse que era um dia reservado pela Guarda Municipal e não nos liberou”, contou a diretora do Sindicato dos Professores de Santa Bárbara d’Oeste (SindProSBO), Eliane Sanderleia Ferreira Godoi.
Segundo ela, o sindicato enviou um ofício com a solicitação do uso da tribuna no dia 25 de janeiro. “Como não tivemos resposta até o dia 27 de fevereiro ligamos para saber e a secretária nos informou que poderíamos nos manifestar no dia 6 de março. Nós nos preparamos para isso, já que temos que abonar nesse dia. Aí quando fomos impedidos não nos restou nada mais, além demonstrar nossa indignação com esse protesto pacífico”, justificou Eliane.
Segundo docentes, uso da tribuna foi garantido pelo presidente da Casa  (Foto: Cláudio Mariano/sbonews)
Reivindicações
Os docentes queriam fazer uso da tribuna para levar a público as condições trabalhistas em que vivem hoje e as reivindicações que fazem ao poder público. “Nós queremos 14% de reajuste salarial, que são 6% de INPC e 8% de aumento real, retorno do triênio (1% de valorização profissional por ano trabalho), já que é um direito adquirido por todos os funcionários públicos, aumento do Vale Alimentação de R$ 210 para R$ 300 líquido, entre outros itens que protocolamos na Prefeitura”, afirmou Eliane.
A assessoria de imprensa da Câmara informou, posteriormente, por meio de nota que "a demora para autorizar o uso da Tribuna pelas professoras se deve ao fato do Sindiprosbo (Sindicato dos Professores de Santa Bárbara d'Oeste) ser uma entidade nova, o que exigiu análise da procuradoria jurídica da Casa". A nota afirma ainda que "entre as manifestantes, algumas professoras são candidatas a vereadora nas próximas eleições e pretendem aproveitar o espaço na imprensa para se promover".
A professora Matilde Forte Rocha, que leciona há 12 anos na rede municipal, diz que a situação precisa mudar. “Nós queremos, principalmente, melhoria das condições de trabalho como, por exemplo, aumento da cota do Xerox e no máximo 301 alunos em salas de aula.

Oficial
O presidente da Câmara afirmou, por meio de áudio enviado pela assessoria de imprensa, que após analisar os problemas dos professores e o da Guarda Municipal, que também usaria a tribuna para fazer reivindicações, considerou o problema da GM mais urgente. “A partir do momento que eu sou administrador, a lei me protege para eu fazer aquilo que eu acho que está certo. Então, eu mudei a data para a próxima terça-feira (13), como eu mudaria para qualquer outro, não é porque é professor. Na próxima terça estaremos de portas abertas”.
A Prefeitura de Santa Bárbara informou, por meio da assessoria de imprensa, que o que existe é uma negociação do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santa Bárbara d’Oeste com a Administração Municipal, e não entre professores e Prefeitura. Segundo a nota, esta negociação está em curso. O Executivo destaca que o sindicato que realizou o protesto na Câmara Municipal não é reconhecido como sindicato, não possui carta sindical e legalidade perante ao Ministério do Trabalho e Emprego.

Nenhum comentário:

Postar um comentário