“Crimes que atentam contra a vida da população têm
que ser encarados de forma hedionda. Não é possível que tenhamos milhares de
pessoas morrendo nos hospitais públicos, em uma situação de quase genocídio.
Estamos falando de bandidos, pessoas que cometeram crimes de corrupção,
fraudando licitações e aliciando servidores públicos. E lugar de bandido é na
cadeia”, disse.
Ela propõe a criação de uma comissão parlamentar
de inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para
investigar o desvio de verbas na saúde estadual, independentemente da possível
criação de outra CPI no Congresso.
Também para o presidente do Sindicato dos Médicos
do Rio de Janeiro, Jorge Darze, a questão da corrupção na saúde deve ser
agravada na forma da lei para permitir a punição exemplar dos criminosos.
“É preciso acabar com a impunidade, pois é ela que
alimenta a corrupção. É necessário tratar esses desvios como crimes hediondos,
com uma pena mais dura, assim como já ocorreu com a falsificação de
medicamentos, que teve uma redução substancial. O dinheiro da saúde tem um alto
valor social, porque lida diretamente com a vida das pessoas. É necessário que o
Congresso reveja a lei para que os responsáveis sejam exemplarmente punidos”,
destacou Darze.
Para o diretor do Sindicato dos Trabalhadores
Públicos Federais em Saúde e Previdência Social no Rio de Janeiro
(Sindsprev-Rio), Julio Tavares, as imagens mostradas pela TV Globo de casos de
fraude em licitações em um hospital da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ) são apenas “a ponta do iceberg”.
“Não adianta cancelar as licitações e chamar o
segundo colocado, porque este também está envolvido. Tem que levantar a situação
mais a fundo e fazer com que os acusados devolvam o que roubaram do Erário
público”, disse o sindicalista, que defende a reavaliação dos serviços de
terceirização efetuados no país nas últimas décadas, para que se retome a
estatização em determinadas funções, por meio dos concursos públicos. Fonte: Agência Brasil
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