terça-feira, 20 de março de 2012

Com nova lei, divórcios sobem 64,6% na RMC

Das cidades da região, uma teve redução; Monte Mor, com 450%, é campeã

O número de divórcios registrados em cartórios da RMC (Região Metropolitana de Campinas) em 2011 foi 64,6% maior que no ano anterior. Foram 1.063 divórcios conta 646 em 2010, segundo o levantamento, que foi feito com base nos dados fornecidos pela associação dos Cartórios de Notas do Brasil. Entre as 19 cidades da RMC, somente em Santa Bárbara d’Oeste houve queda no número de divórcios de sete para zero. No restante das cidades, o aumento variou entre 2,7%, em Hortolândia, e 450%, em Monte Mor. Entre os municípios mais populosos, Sumaré apresentou os maiores índices, com crescimento de 204,5% (veja quadro ao lado).
Segundo especialistas, a oficialização do fim dos casamentos se tornou menos burocrática e demorada a partir de junho de 2010, o que acabou demonstrado no levantamento. Além disso, a maior independência feminina também foi apontada como fator influente. Essa é a opinião da advogada Márcia Trevisioli, que tem 20 anos de experiência em vara da família.
Para ela, as facilidades jurídicas pesaram para o aumento. “Desde julho de 2010, não é mais necessário o casal ficar um ano separado para confirmar o divórcio. Quando não há filhos envolvidos, a separação pode ser feita em cartório na hora, de forma rápida, com a presença de um advogado”, disse.
Márcia diz que, até pouco tempo, o excesso de burocracia e a demora pela obtenção do divórcio fazia as pessoas prorrogarem a oficialização da separação. Apesar das facilidades jurídicas, a advogada também destaca a transformação na relação entre os casais. “Acabou o vínculo de dependência entre os casais”, disse.
EXEMPLO
A bailarina Giane Godoi, 35, é uma das novas divorciadas. Ela namorou 13 anos e depois foi casada por três. Depois das facilidades da nova lei, ela e o então marido decidiram pela separação consensualmente em um processo simples. “Quando separamos, havia poucos meses que a lei tinha sido criada e nós resolvemos rapidamente a situação. Como não tínhamos filhos, não houve problemas”, disse.
Para ela, a independência financeira pesou para que a decisão fosse rápida. “Já vi muitas mulheres que mantêm o casamento em função da estabilidade financeira. Como eu tinha independência financeira, não tive essa dificuldade”, disse.
Apesar das facilidades no procedimento, a bailarina afirma que a separação não se torna mais fácil em função disso. “É um processo emocional que demora, dura um tempo até tomarmos a decisão de fato”, disse. Apesar de estar divorciada, Giane diz que é a favor do casamento e que pretende se casar outra vez. “Casaria novamente, acho uma experiência interessante e pretendo passar por ela de novo”, completou. Fonte: Todo Dia

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